domingo, 24 de fevereiro de 2008

Alejandro Jodorowsky - The Holy Mountain (1973)


Complicada qualquer descrição desta impecável obra de arte. Um filme (se é que pode se chamar de filme, uma verdadeira experiência) que não exita em usar uma gigantesca gama de simbolos, bem como em jogar todos num mesmo plano surreal, utilizando uma composição imagética estarrecedora.
Além, certamente, da forte critica a sociedade, enfatizando os modus operandi de industriais, politicos e relgiosos. Entre estes, governos, burguesia, industria das armas, industria cultural e os bens simbólicos do cristianismo são, impiedosamente, achincalhados de forma bem elegante e arrojada. Jodorowsky em plena inspiração tenta fazer algo para mudar o mundo, mas sabe que é uma atividade dificil, etretanto presenteia a humanidade com uma verdadeira obra-prima sem precedentes. Sobre o enredo... no centro da cidade do méxico (que é um verdadeiro mix entre passado-presente-futuro) existe uma gigantesca torre vermelha, o protagonista - um personagem conhecido só por "ladrão" - lá sobe e adentra em um templo psicodélico ao ultrapassar o arco-iris. Encontra então um alquimista que vai lhe prover um grande ensinamento espiritual na missão de conquistar a montanha sagrada. Simplesmente esta é uma das obras mais ousadas que o cinema já viu. Bizarro, brilhante, intenso, mordaz e inesquecivel. Algo a ser visto e se possivel compreeendido antes de morrer.


Info:

Alejandro Jodorowsky - The Holy Mountain (1973)
1503 MB | 1:50:40 | Xvid, 1567 Kb/s | 672 x 288 | 25 fps
Audio channel 1: original film in English - no subtitles
Audio channel 2: Director's commentary in Spanish (with optional English srt subtitles)

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Extras:

Pt.1
Pt.2

Official Soundtrack (vale a pena)

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Queen - Flash Gordon Soundtrack (1980)

Flash Gordon é um grande clássico do Sci-fi, pode-se dizer, sem exageros, que é uma das grandes obras precussoras de tudo que se subentende por ficção cientifica na literatura e no cinema. A Graphic Novel promoveu uma narrativa completamente inovadora que influênciou meio mundo, incluindo ai grandes clássicos como Star Wars e Star Trek. Uma pena que a produção cinematográfica de 1980 não esteja tão a altura do classicismo e da importância de Flash para a arte em geral, mas tem seus bons momentos e um deles,evidentemente, é a excelente performance do Queen na trilha sonora. Aqui já podemos notar a vêia de Brian May na composição de temas que se encaixem bem em uma cena, tanto é que ele assinou várias trilhas sonoras no decorrer da década de 80, como "Mad Max II" e "A Hora do Pesadelo", todas de alta qualidade. O fato é que aqui temos a banda completa, inclusive o lendário Freddie Mercury em grande rendimento e inspiração. A trilha é predominantemente psicodélica, fazendo um uso nada comedido dos Synths e algumas incursões de enxertos clássicos, combina momentos mais sóridos com outros mais divertidamente "roquenroll". O Queen, no fim das contas, acabou produzindo um bom disco conceitual, que consta também de certos trechos de dialogos do filme que caem muito bem na obra. Indicado para cinéfilos e entusiastas da lendária banda inglesa em geral.

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sábado, 9 de fevereiro de 2008

Eskaton - 4 Visions (1979)


Impressionante ver que Christian Vander fez escola e o melhor, uma excelente escola. É notável no som de Eskaton a influência do Magma, no que tange ao uso da repetição de enunciados (mantras) e nas escolhas de temáticas lúgubres e mórbidas, contudo as semelhanças param por ai. Eskaton consegue uma obra inteiramente original e seu lugar no panteão do Zeuhl passeando por uma gama notória de ritmos e texturas sonoras. A banda viaja entre momentos mais reflexivos e outros de puro punch com trechos viscerais bem funkeados e alucinantes. O som está impressionantemente limpo, fruto de um bom trabalho de produção. Dificil dizer qual é o destaque neste disco, até porque aqui não há nenhuma exacerbação virtuosa de nenhum componente, todos estão comedidos e eficientes, pelo contrário, o efeito virtuose é conseguido com o trabalho em equipe, mas se posso dizer, as escolhas dos timbres do synth de Gilles Rozenberg foram extramente felizes e as performances de Paule Kleynnaert e Amara Tahir nos vocais estão impecáveis. O fato da banda cantar na lingua francesa e não na linguagem kobaïan lhe confere um requinte sonoro carregado de uma "aura francesa" que só adiciona mais beleza e originalidade ao disco. Não é nem necessário frisar a grande carga de lisergia presente na obra que mixa um tema "sci-fi" a um lado "religioso" (assim como o Magma) com doses nada homeopáticas de psicodelia e insanidade. Eskaton é uma redução do nome "ESKATON KOMMANDKESTRA", primeiro titulo da banda, que se refere a uma antiga lenda alemã sobre a criação ciclica divina da humanidade o que é destrinchado nessas 4 visões da genese humana em uma construção lírica pra lá de bizarra e surreal (imagine as letras do Camembert Eletrique do Gong em frances). O momento mais brilhante do Zeuhl depois, evidentemente, de Magma.


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